11 de março de 2010

Os novos líderes carismáticos

É fácil afirmar, nos tempos de hoje, que a regionalização facilita o surgimento de líderes políticos locais em conflito com os líderes nacionais. É verdade, mas é apenas um sinal de que todo o sistema político e estadual é burocrático e arcaico, neste caso então podemos esperar que dentro de poucos anos aconteça uma mudança considerável. Mas nunca as grandes mudanças ocorrem por meio de acordos, reforma, e decisões racionais. Ocorrem através de movimentos coletivos que amadurecem e explodem de forma inesperada. Só eles são capazes de gerar novas formações políticas, e conseqüentemente gerando o novo líder carismático. Alguns cientistas políticos contorcem a boca em frente a esta afirmação. Porque esta classe é formada por estudiosos racionais demais para admitir que a história é moldada pelo transtorno emocional. Mas os fatos não deixam dúvidas.
Deixando de lado o século passado em que as mudanças que aconteceram no mundo eram causadas por movimentos como o nacionalismo, o comunismo, o fascismo, o nazismo, o maoísmo, o islamismo e assim por diante. Olhamos para o Brasil. Mesmo aqui, as últimas grandes mudanças políticas tiveram lugar sob a pressão do movimento popular, onde podemos citar entre as mais recentes a luta contra o regime militar, a campanha das diretas, o movimento dos Sem-Terras e o impeachment do presidente Collor. Movimentos que têm gerado transformações e fizeram surgir líderes carismáticos como o presidente Lula.
Em termos gerais, no entanto, podemos dizer que os novos movimentos sempre aparecem quando ninguém espera e sempre levam ao poder pessoas que ninguém considera no momento. O movimento cria uma mudança, porque não seguem o modo de pensar e regras válidas na atualidade. Muitos dos que ganharam capital político por jogar pelo seguro, num futuro próximo, podem ter algumas amargas decepções. Porque as grandes mudanças nem sempre são resultado de decisões racionais.