26 de fevereiro de 2010

Quando caem os ideais...

O mundo tem sido movido, em sua história, por ideologias: as esperanças para uma renovação radical na qual todos os homens se tornem irmãos. O cristianismo começou com um sonho, aumentou com o iluminismo, renovado pelo marxismo. Os comunistas estavam convencidos de que eles tinham iniciado o processo que iria libertar o homem de cada necessidade e cada ganância. Hoje, esta fé fanática quase não existe mais, mas infelizmente estamos também perdendo a esperança de um melhor desempenho social e espiritual. O comunismo é, por sua vez, apenas uma organização de ajuda econômica mútua. No mundo católico, alguns perderam o rumo e o ânimo, enquanto a moralidade secular parece mesmo ter desaparecido.
O que acontece quando desaparece qualquer sonho de perfeição e de sociedade? Quando o ser humano não sente o desejo de superar seu egoísmo, melhorar moralmente, para criar uma comunidade em que são concedidas com base no mérito e na virtude? Perdidos os ideais, o que transforma o impulso humano que aponta para seu crescimento? Somente o poder e o dinheiro. Poder torna-se um fim em si mesmo. Quem não cresce no bem sobe na pirâmide de quem está no poder. Em qualquer campo, na política, finanças, judiciário, universidades, televisão. Então não importa o que você faz e como você faz isso, porque poder e dinheiro corrompem a alma. Todos os meios se transformam em legais para se escalar o topo: acordos, chantagens, sociedades secretas, de licenças públicas, subornos, enfim em todos os gêneros. A grande batalha da turbulenta política mundial esconde políticos, juristas e demais pessoas que acumularam um enorme poder e riqueza.
Vivemos em uma época de cinismo, de cobiça, de mentiras, das sociedades secretas, de comportamentos errôneos não divulgados na mídia em geral. Estas são as forças que fazem mal e degradam a luta política e judicial, porque, quando os ideais estão faltando, só há uma potência que se opõe a outra. Exige uma tremenda força para resistir, para continuar a agir com integridade e rigor, quando outros não a fazem. Mas há sempre pessoas corajosas, que fantasiam, que tem fé e que pelo menos querem dar um exemplo para os jovens. E a história nos mostra que em algum ponto os corruptos se autodestroem. Devido a sua ineficiência que os enfraquece e, além de um certo grau de inércia, os homens se rebelam, buscando uma nova liderança e recomeçam a construir uma nova esperança.