30 de março de 2010

Admiração ao líder... à distância

Sempre houve duas escolas de pensamento sobre o papel das paixões na formação da sociedade, tanto coletivamente como em dupla. Uma corrente afirma que uma empresa ou sociedade é formada por contrato e que a paixão pelo líder só pode confundir e perturbar. Para alguns estudiosos, os homens estão lutando uns contra os outros e somente colocam um fim à violência quando racionalmente decidem atribuir o poder a um chefe soberano em troca da paz e da ordem.
Todos os anglo-saxões, formadores de escolas de cientistas políticos, afirmam que os seres humanos associam-se com base em um cálculo de análise custo-benefício. Ao agir impulsionado por paixões criam heróis e monstros políticos. Grandes sociólogos têm mostrado que as paixões têm uma força construtiva na organização de uma sociedade, onde o "líder carismático" é amado pelos seus seguidores e unifica o grupo com uma mensagem de fé e esperança. No desenvolvimento deste conceito poderíamos afirmar que todas as igrejas, partidos políticos, governos, sindicatos e outras instituições são formadas por movimentos emocionalmente sociais a partir do qual emerge o grupo unido e de cabeça.
Em seguida, o movimento torna-se uma instituição, onde acreditamos que o amor cria um forte vínculo que pode durar um longo tempo nas mais variadas instituições que compõe a sociedade. Então, podemos dizer que, nos movimentos coletivos, seus seguidores se apaixonam por seu líder carismático? Em certo sentido, sim, amam-no de paixão, o idealizam e alguns estão mesmo dispostos a lutar por ele. Mas é um amor à distância, sem uma relação pessoal.
Por isso pode durar mais tempo este sentimento social e profissional, mas que com uma aproximação pessoal pode, em alguns casos, se transformar numa incompreensão, uma decepção, um mal-entendido que o faz acabar. Só os seguidores que estão distantes de seu líder tenaz que idealizam esta paixão. Aqueles que estão próximo poderão encontrar fraquezas e falhas, com isso podem diminuir a motivação e a inspiração. Napoleão disse que todos os seus marechais acreditavam ser melhor do que ele. Muitos desses pensavam que poderiam tomar o seu lugar. Uma ilusão. Os milhões de seus seguidores continuaram a admirá-lo e perdoaram todos os erros, até mesmo na derrota.

19 de março de 2010

A união perfeita é o matrimônio? Sim, enquanto dura

A tempos atrás, uma vez que todos se casavam, o casamento era a estabilidade do lar, da família, garantindo a respeitabilidade, a ajuda que necessitavam, uma garantia de uma velhice serena. Não eram permitidas outras formas de erotismo, a figura do chefe de família era respeitada. O casamento era indissolúvel e, portanto, até a morte. Hoje, tudo mudou. A sociedade oferece a independência individual e econômica para cada um fazer sua escolha à educação, emprego, segurança, saúde e principalmente ao parceiro. Um grande exemplo é que os jovens, hoje, já na adolescência possuem suas relações amorosas e eróticas criando uma imagem de independência, liberdade de escolha e de acesso fácil, ocasionando posteriormente, trocas de parceiros com maior freqüência.
Normalmente se casam quando pensam em ter filhos ou quando é conveniente do ponto de vista econômico, mas também o nascimento dos filhos, não os impedem de divórcio ou de separação e então de ter um novo relacionamento. O casamento está se tornando seqüencialmente: um cônjuge a cada tempo, por períodos. E nos intervalos das relações voltam a experimentar a vida de solteiro. De fato, o casamento e a convivência duram até que os dois parceiros estão bem juntos. Alguns enquanto sentem um amor apaixonado, se entendem, se gostem eroticamente, são sinceros, leais e fiéis para que possam ter uma relação pacífica. Mas quando passa a existir ‘rachaduras’ no relacionamento amoroso, mais cedo ou mais tarde, o casal se separa, às vezes, de forma ruim, odiosa, venenosa.
Por este motivo, é importante a sociedade sempre estar discutindo a vida familiar. Muitos erros são por causas supérfluas, por ignorância. Pois o amor é muito frágil e sensível, onde basta uma diferença no modo de pensar, uma diferença no comportamento erótico, tentar impor um próprio ponto de vista ou preferência para que o parceiro(a) fique descontente e comecem a competir entre si. No entanto, também existem casos de amor forte e apaixonado que duram décadas. Qual é o seu segredo? Talvez, no fundo, há uma afinidade misteriosa da alma com o corpo, mas também a tolerância, a capacidade de falar, compreender, para dizer o que eles gostam e não gostam, com sinceridade, com franqueza, com respeito.
Mas nem todos podem alcançar este amor total que, por outro lado, também pode acabar um dia. Agora, se a estabilidade do casamento depende tanto do amor, podemos questionar então: apesar de não tocar em tudo o casamento tradicional, não é apropriado considerar outras formas de direito ou de contratos de casamento que permitem soluções mais articuladas e adaptadas às diferentes circunstâncias do nosso tempo? Pois nos tempos de hoje, a vaidade e o dinheiro tem sido motivos constantes de separações e de individualismo.

11 de março de 2010

Os novos líderes carismáticos

É fácil afirmar, nos tempos de hoje, que a regionalização facilita o surgimento de líderes políticos locais em conflito com os líderes nacionais. É verdade, mas é apenas um sinal de que todo o sistema político e estadual é burocrático e arcaico, neste caso então podemos esperar que dentro de poucos anos aconteça uma mudança considerável. Mas nunca as grandes mudanças ocorrem por meio de acordos, reforma, e decisões racionais. Ocorrem através de movimentos coletivos que amadurecem e explodem de forma inesperada. Só eles são capazes de gerar novas formações políticas, e conseqüentemente gerando o novo líder carismático. Alguns cientistas políticos contorcem a boca em frente a esta afirmação. Porque esta classe é formada por estudiosos racionais demais para admitir que a história é moldada pelo transtorno emocional. Mas os fatos não deixam dúvidas.
Deixando de lado o século passado em que as mudanças que aconteceram no mundo eram causadas por movimentos como o nacionalismo, o comunismo, o fascismo, o nazismo, o maoísmo, o islamismo e assim por diante. Olhamos para o Brasil. Mesmo aqui, as últimas grandes mudanças políticas tiveram lugar sob a pressão do movimento popular, onde podemos citar entre as mais recentes a luta contra o regime militar, a campanha das diretas, o movimento dos Sem-Terras e o impeachment do presidente Collor. Movimentos que têm gerado transformações e fizeram surgir líderes carismáticos como o presidente Lula.
Em termos gerais, no entanto, podemos dizer que os novos movimentos sempre aparecem quando ninguém espera e sempre levam ao poder pessoas que ninguém considera no momento. O movimento cria uma mudança, porque não seguem o modo de pensar e regras válidas na atualidade. Muitos dos que ganharam capital político por jogar pelo seguro, num futuro próximo, podem ter algumas amargas decepções. Porque as grandes mudanças nem sempre são resultado de decisões racionais.