10 de dezembro de 2009

Não há necessidade de eliminar os rivais

Certa vez, assisti a um filme que tinha como título, "Il papà di Giovanna", onde uma jovem, Giovanna, se apaixona pelo namorado de uma sua amiga. Para tê-lo, mata a amiga, convencida de que o jovem correria para seus braços. Naturalmente o rapaz fica aterrorizado com o acontecido e a repudia, e ela vem a ser hospitalizada em uma clínica psiquiátrica. É um episódio de loucura, mas que na vida cotidiana se vê quase todos os dias, através dos canais de comunicação, e até mesmo com pessoas próximas a nós. Pessoas que se comportam como psicopatas quando se deparam com um obstáculo que se interpõe entre ele e seu objeto de desejo. Pensam em termos simplistas de acabar de uma só vez com o ‘inimigo’, pensando obter automaticamente aquilo que querem.
Na política não é diferente. A maioria dos casos de rachas e trocas de partidos estão relacionadas a armações, complôs, negociações, calúnias, perseguições e tantas outras formas de conseguirem atingir o objetivo máximo, o poder. E para isso não existe fidelidade, integridade, companheirismo, lealdade, respeito. ‘Eliminar’ o rival é o ponto primordial, o ápice, a grande jogada. O mais conhecido atentado político da Antiguidade é a dos conspiradores que assassinaram o imperador Júlio César, em Roma. Eram todas pessoas de grande ingenuidade, como Brutus, Cassius e Cícero. Todos obcecados pelo poder de César, não pensavam em outra coisa a não ser fazê-lo desaparecer. Porém não tinham a menor idéia do que fariam em seguida. Mataram César, e, enquanto o povo aflito gritava nas ruas, seus conspiradores foram presos pelo pânico e fugiram! E Marco Antonio assumiu o poder.
O fenômeno também é generalizado no campo profissional. Alguns chefes estão literalmente assombrados por aqueles que os precedem em suas carreiras. Pessoas que passam o tempo espalhando calúnias e fazendo fofocas, convencido de que apenas surja uma oportunidade, ele certamente subirá de posto. Mas em muitos casos, pessoas assim não atingem seus objetivos, pois demonstram serem incapazes de estarem ao nível almejado.
O erro desse tipo de pessoa é sempre o mesmo, pensar que o obstáculo é representado por uma pessoa, um rival, sem saber se a outra pessoa ou objetivo o escolherá, se o vai querer, se estará a altura de merecer aquilo que tanto deseja. Em muitas competições, muitos perdem mais tempo em intrigas e truques para conseguirem o resultado que buscam, que, planejando, pesquisando, trabalhando e mostrando de forma honesta seu valor e seu potencial, para que seja apreciado por todos.

3 de dezembro de 2009

Excelência e qualidade para combater a crise

Nos últimos anos em todo o Ocidente tem havido um declínio na qualidade de vida das pessoas. Um processo mais acentuado aconteceu nos Estados Unidos, mas que também envolveu a Europa. As causas? A recessão que empobreceu os países ricos e que levou seu povo a procurar produtos mais baratos; a concorrência da Ásia que invadiu o mercado com produtos baratos; e o crescimento e valorização cada vez maior das moedas e produtos dos países emergentes como o Brasil. Mas o preço baixo, por sua vez, está motivando as pessoas a comprarem coisas de baixa qualidade que em pouco tempo são descartadas, havendo assim uma grande perca nos padrões de vida.
Para que os países, ainda, considerados grandes potências, encontrem uma solução para uma recuperação não somente econômica, mas também social e cultural, devem inverter e criar novas tendências, olhar para a qualidade em todas as áreas: produtos, informação, escolas, pesquisas, relações de qualidade humanas. A qualidade é uma forma de pensar e sentir. Da parte de quem produz ter o prazer e o gosto pessoal de fazer o bem, o prazer de ver nascer em suas mãos um produto perfeito, aceitável. Mas, para obter a qualidade é necessário também um consumidor exigente que aprecia as coisas de valor, bem feita, e rejeite os maus. Nós, brasileiros, passamos a produzir produtos de qualidade, porque vivemos em um país maravilhoso, cheio de belezas naturais, de um povo trabalhador, criativo e alegre, e que, principalmente, passou a exigir qualidade.
Esta virtude e o gosto de fazer as coisas com criatividade e dedicação, é um dos nossos bens mais valiosos que temos atualmente em nossa economia. Mas como continuar a manter esse crescimento e essa força que está movimentando nossa economia? Defendendo o artesanato, as pequenas empresas, o desenvolvimento de modernas escolas de formação profissional, solicitando e transmitindo o valor da qualidade para os jovens e a integração com outros povos e novas culturas, e, exigir das grandes empresas um maior envolvimento e contribuição em causas sociais. Uma tarefa possível porque são estas as virtudes maiores do povo brasileiro: força, esperança e vontade de fazer um país cada dia melhor. Nosso País possui grandes problemas que desafiam seu desenvolvimento, mas eles estão sendo aprimorados a níveis acelerados, ao ponto de termos uma expectativa e qualidade de vida crescente a cada década. O mundo está de olho no Brasil, e o Brasil tem que estar de olho no mundo para não cometer os mesmos erros que cometeram as grandes potências econômicas.