6 de setembro de 2010

Fazer amor ou sexo? As fronteiras dos sentimentos

Nós usamos a mesma expressão, "fazer amor" para descrever duas coisas totalmente diferentes. Os americanos têm feito melhor em sua simplicidade prática, introduzir o termo "sexo" que tem a vantagem de nos dizer que o sexo pode ser feito como qualquer coisa: uma caminhada, almoçar, ir às compras, etc. Sexo, de fato, pode ser um ato voluntário, sem qualquer envolvimento emocional, sem a necessidade de conhecer a vida do parceiro, sem participar de suas emoções, seus sonhos. Um homem observa uma mulher, uma mulher observando um homem, se sentem atraídos fisicamente, faz um convite para um restaurante, bar, festa, enfim, e juntos, depois, são atraídos pelo desejo de se verem nus, de beijar, de se penetrarem e assim parecem que não podem evitar um do outro, gritando com prazer, e em seguida, descansam.
Mas se durante a relação sexual fosse trocado o parceiro, será que continuariam se comportando da mesma forma? E, se ainda, após esta troca, qualquer um dos parceiros retornasse ao parceiro anterior, conservando uma recordação gostosa do passado, mas sem saudade e arrependimento, como seria? O sexo puro, “fazer sexo” é inerentemente impessoal e potencialmente promíscuo, pois, com a mesma frase, trocando a palavra sexo por amor, "fazer amor", mostra a relação entre um homem e uma mulher com amor total, exclusivo, apaixonante, erótico e espiritualmente de crescimento ao longo do tempo. Um amor em que os dois fundem seus corpos e suas almas e criam uma terceira entidade que não existia antes, o casal apaixonado, que cria um feitiço, uma bolha, onde ninguém pode entrar sem contaminar e destruí-lo. Como o puro sexo era em sua essência impessoal e promíscuo, o grande amor erótico é, em essência, puramente pessoal e fiel. Querem a lealdade e aproveitam dessa fidelidade, pois incide apenas sobre a pessoa amada em descobrir a riqueza e a beleza infinita do prazer sexual sempre novo, em uma surpreendente revelação contínua.
Muitas vezes, estes dois tipos de amor se confundem com conseqüências desastrosas. Quando a pessoa que vive um grande amor exclusivo procura experimentar sexo com outro parceiro, destrói o encantamento e não pode mais encontrá-lo. E se os dois são usados para trocar de parceiros e de repente um deles cai no amor pelos outros e seu amante continua a se comportar como antes, ele será devorado por um ciúme incontrolável, porque ele é expulso do ‘paraíso’ em que ele estava prestes a entrar. Os americanos estão certos em usar o termo "sexo". O grande amor erótico é outra coisa.