8 de janeiro de 2010

É necessário renovar, sempre

As sociedades nascem de três modos: ou através da conquista, ou sob a base de interesse econômico, ou de movimentos coletivos. São esses requisitos que dão origem às formações sociais mais importantes. Como o cristianismo, o islamismo, a reforma luterana, o calvinismo, os movimentos nacionalistas, o socialismo, o comunismo, etc. Mas também existem casos como os movimentos maçônicos e da psicanálise. Todos os movimentos, quando nascem, são caracterizados de um grande entusiasmo, do sonho de um mundo de justiça, igualdade, liberdade e irmandade. Mas, depois de um certo tempo, a fé e o impulso generoso diminui e retorna o desejo de riqueza e poder econômico. Nesses tempos, certos grupos se transformam em uma classe dominante que se fecha em torno de si, estabelecendo regulamentos de admissão e ocupam com seus próprios seguidores as posições de poder. Este ciclo, que inicia com entusiasmo, fé e generosidade e termina com o fechamento, dinheiro e poder, se repetiram inúmeras vezes na história da humanidade.
As instituições nascem, se deterioram, morrem. As únicas que sobreviveram pelos séculos são aquelas que conseguiram utilizar ao máximo a energia do ‘coração’ para revitalizar-se. O caso mais famoso é o da igreja católica, que muitas vezes se fez inflexível levando-a a uma grave crise, mas que sempre deu a volta por cima graças à movimentos que a restituía o espírito de sua origem. Pensamos aos franciscanos, aos jesuítas, os salesianos até as religiões de liberação. Também nestes movimentos seguem o ciclo que havíamos descrito anteriormente: perdem fé e força e transformam-se em associações fechadas.
Agora falamos de outras organizações e sociedades que procuram, paralelamente, auxiliar. Por exemplo, hoje no mundo católico está se difundindo a Renovação Carismática que é um movimento que procura ajudar as paróquias a abrirem um caminho de iniciação ao batismo, já que o processo de secularização tem levado muita gente a abandonar a fé e a igreja. Mas aquilo que acontece no campo religioso acontece também no campo cultural. O marxismo, tempos atrás, era considerado como uma fé ardente, hoje se é cristalizada em partidos burocráticos e em potentes cooperativas e associações. Já a psicanálise ou se diluiu na linguagem de hoje ou se transformou em escola esotérica. Até mesmo o amor mais doentio e apaixonado, com o tempo se transforma em uma tranqüila convivência. Portanto, tudo aquilo que queira restar vivo, intenso, autêntico deve abrir-se, renovar-se, renascer.